terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Guerra Civil de Espanha (1936-1939)


"A Guerra Civil de Espanha iniciou-se por uma revolta militar contra o Governo da Frente Popular, que desencadeou forte reacção nos meios conservadores pelo seu cáracter radical. Os generais não conseguiram, como esperavam, uma vitória imediata porque nas cidades industriais (e especialmente em Madrid e Barcelona) o Governo armou as forças populares dos partidos de esquerda e esmagou os movimentos militares. Nas cidades de província, o movimento triunfou, e a Espanha ficou dividida em dois campos adversários: o republicano e o nacionalista. O Governo português, solicitado pela Inglaterra e pela França a colaborar num plano de não intervenção, sustentou não se tratar de uma simples questão interna de Espanhóis, mas de uma confrontação internacional entre as forças do comunismo e as do anticomunismo. Desta visão resultava a colaboração activa com o movimento nacionalista, visto que o triunfo do Governo de Madrid representava, para o Governo de Lisboa, a vitória do comunismo e um perigo para a independência portuguesa. A opinião pública foi mobilizada para o apoio ao movimento militar espanhol e para a defesa da independência portuguesa."
José Hermano Saraiva


"Nós temos na península interesses muito especiais e corremos riscos que outros não correm. Consideramos que a opinião pública de alguns países, e designadamente da França e da Inglaterra, está mal formada em relação ao verdadeiro problema espanhol e à natureza dos acontecimentos ali desenrolados. Alguns não acreditam no perigo comunista; nós, ao contrário, vêmo-lo, sentimo-lo, tememos que se instale em Espanha com a ajuda estrangeira e, finalmente, se frustre o intento de deixar aos espanhóis a escolha do seu regime futuro - pois não haveria liberdade nacional nem independência onde várias internacionais talhassem a seu contento os povos e os governos.
Daqui vem a nossa atitude desde a primeira hora; daqui vem a nossa oposição a que a não-intervenção funcione em detrimento do nacionalismo espanhol, barreira entre Portugal e o comunismo ibérico"
Salazar, 6 de Julho de 1937

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