terça-feira, 1 de junho de 2010

África Subsariana

http://www.youtube.com/watch?v=oNyw8QCCeDw&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=ZkftHJhtNT8&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=tLHBHjOij3k&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=9fzZo6P5lCI&feature=related



"Que esperar de um continente onde duas mil crianças continuam a morrer todos os dias por causa da malária e 250 milhões de pessoas não têm acesso a água potável?

É este o retrato da África subsariana no início de 2006, sabendo-se que, se nada for feito, 45 milhões de crianças irão morrer até 2015, altura em que se estima que 247 milhões de pessoas ali continuem a viver com menos de um dólar por dia.

Razões suficientes para levar o G8 a avançar com o perdão das dívidas de 14 países, entre os quais Moçambique, criando expectativas idênticas em mais nove Estados africanos. Expectativas que poderão começar a ser concretizadas em 2006, dando início a um processo igualmente impulsionado pelo G8 , a culminar em 2010, data em que o continente deverá receber 25 mil milhões de dólares de ajuda por ano, duplicando os valores de 2004.

Será isso suficiente? Ninguém sabe, até porque muito deste esforço terá, inevitavelmente, de ser empreendido pelos próprios Estados, combatendo inércia e corrupção, em nome de maior transparência nas contas públicas. Só assim será possível estabelecer cuidados primários de saúde ou alarg ar a escolaridade obrigatória a todas as crianças num prazo de dez anos.

Resta saber o que acontecerá em países como República Democrática do Congo, Chade ou Costa do Marfim, onde é suposto realizarem-se eleições que ajudem a pôr cobro aos respectivos conflitos.

Mais pacíficas deverão ser as eleições no Uganda e na Zâmbia, sem que isso desvie, como afirmava recentemente a revista Economist, as atenções, que deverão ser colocadas nos Camarões, no Gabão ou na Guiné-Conacri, liderados por verdadeiros gerontes da política africana.

Sinais que só acentuam a inquietação de quem vê o conflito de Darfour eternizar-se num continente que não contribui com mais de 2% para o comércio internacional, mesmo que a sua importância geostratégica no quadro energético possa disparar nos próximos anos. Por via do aumento da produção petrolífera da Nigéria e de Angola ou do aparecimento de novo produtores que colocam África no centro de uma disputa entre os EUA e a China.

Uma rivalidade que poderá ser aproveitada pelos africanos, ainda a braços com centenas de milhares de refugiados, quando o continente começa a beneficiar de substancial redução nos custos de equipamentos electrónicos e informáticos, permitindo-lhe ultrapassar o fosso face aos países mais desenvolvidos, nomeadamente ao nível das telecomunicões. Deste ponto de vista, 2006 poderá ser o ano da viragem para a África subsariana."
                                                                                      in Diário de Notícias

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