terça-feira, 1 de junho de 2010

Kuwait - Guerra do Golfo

http://www.youtube.com/watch?v=LPRy5sQxMRw&feature=related

Em maio de 1990, Saddam Hussein, presidente do Iraque, iniciou uma campanha de pressão contra seu vizinho Kuwait. Em agosto, ordenou a invasão do país, mobilizou tropas na fronteira com a Arábia Saudita e anunciou a anexação do Kuwait. O mundo condenou a ação iraquiana e exigiu o recuo das tropas. Saddam desprezou o ultimato. O presidente dos EUA, George Bush, decidiu intervir.Saddam ambicionava ampliar seu território, obter acesso ao Golfo Pérsico, incorporar os poços de petróleo do Kuwait e ganhar poder na região. A intervenção dos americanos (que anunciaram que ajudariam a Arábia Saudita a se proteger) revoltou o ditador, que declarou uma "guerra santa" contra os EUA e Israel, seu aliado. A troca de ameaças durou de agosto de 1990 a janeiro de 1991.
O litígio sobre a determinação de fronteiras é a causa mais remota para a invasão iraquiana do Kuwait em agosto de 1990. Embora tivesse renunciado, em 1963, a reivindicações dessa natureza, o Iraque continua reclamando os portos de Bubián e Uarba, que lhe dariam novos acessos ao golfo Pérsico. Além disso, exige que o Kuwait perdoe uma dívida de US$ 10 bilhões contraída durante a guerra com o Irã e lhe pague uma "compensação" de US$ 2,4 bilhões, alegando que, durante aquele conflito, os kuweitianos extraíram petróleo em seus campos fronteiriços de Rumalia. O estopim para a invasão é, em julho, a acusação de Saddam Hussein de que o Kuwait pratica uma política de superextração de petróleo, para fazer o preço do produto cair no mercado internacional e, conseqüentemente, prejudicar a economia iraquiana.


Combate:

Em 17 de janeiro, um ataque aéreo contra Bagdá deu início à Guerra do Golfo. Os Estados Unidos haviam articulado uma coalizão com 33 países. Mais de meio milhão de soldados das nações aliadas foram mobilizados na região. Com recursos militares modestos, Saddam retaliou destruindo poços de petróleo no Kuwait e despejando combustível no mar. Suas tropas, porém, não resistiram.Em 24 de fevereiro, os americanos iniciaram o combate em terra. Dois dias depois, Saddam anunciou a retirada das tropas do Kuwait. Os soldados iraquianos se rendem. Em 27 de fevereiro de 1991, a guerra termina - apenas 100 horas depois do começo da batalha terrestre e seis semanas depois do início da campanha. No total, 293 americanos e cerca de 100.000 iraquianos morreram na guerra.


Saldo:

O custo oficial da guerra foi de 61 bilhões de dólares, mas 53 bilhões foram levantados pelos países aliados - em especial as nações árabes (36 bilhões) e Alemanha e Japão (16 bilhões). Mais de 70.000 prisioneiros de guerra foram capturados e o maior parte do arsenal militar do Iraque foi destruído. George Bush foi derrotado por Bill Clinton em 1992 e não se reelegeu.Mais de uma década depois do fim da guerra, Saddam Hussein continua no poder, ainda não enfrenta qualquer grupo de oposição expressivo e continua desafiando a comunidade internacional. O líder iraquiano comemorou o décimo aniversário do conflito, em janeiro de 2001, dizendo que seu país venceu a guerra. Neste período, as sanções impostas pela ONU agravaram a miséria da população.


A invasão:

As tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e da Liga Árabe não conseguem impedir que, em 2/8/1990, as forças de Bagdá entrem no Kuwait, de onde o emir Jaber al-Ahmed al-Sabah e o primeiro-ministro, príncipe Saad al-Sabah, fogem, refugiando-se na Arábia Saudita. Em 8 de agosto, desafiando a imposição de sanções pela ONU, o Governo Provisório do Kuwait Livre, empossado por Saddam, proclama a República e declara o Kuwait uma província iraquiana. Em resposta, os EUA deslocam para o território da Arábia Saudita o maior efetivo militar desde a Guerra do Vietnã. Até o final de 1990, multiplicam-se as tentativas sem sucesso de encontrar uma solução negociada. Em 29 de novembro, o Conselho de Segurança da ONU autoriza os EUA e seus aliados a atacarem o Iraque, caso ele não se retire do Kuwait até 15/1/1991.
O conflito:
Em 16 de janeiro, vencido o prazo desse ultimato, as hostilidades começam; Saddam Hussein se rende incondicionalmente em 27 de fevereiro, após ordenar a retirada de suas tropas do país ocupado. O primeiro-ministro Saad al-Sabah retorna em 4 de março e dá início à tarefa de reconstrução. A opinião pública internacional critica a forma como a guerra foi conduzida, contestando a imagem dos "ataques de precisão cirúrgica", atingindo apenas alvos militares, que a coalizão aliada quer fazer passar; 400 civis morreram, por exemplo, no bombardeio, em 3 de fevereiro, de um abrigo antiáreo em Bagdá, sob o pretexto de se tratar de um centro de comunicações. No final da guerra, a estimativa do número de mortos é muito desigual: 100 mil soldados e 6 mil civis iraquianos; e 30 mil cidadãos kuweitianos, contra um número pequeno de baixas entre os homens da coalizão.


O pós-guerra:

Os incêndios ateados pelos iraquianos nos poços de petróleo do Kuwait, antes da retirada, são extintos até 5 de novembro de 1991, graças ao trabalho articulado de 27 empresas internacionais. Os danos causados à ecologia são ainda difíceis de calcular. Nos meses seguintes ao fim da guerra Saddam ordena a repressão às rebeliões dos xiitas e curdos, que, aproveitando-se da desordem interna causada pela guerra tentam derrubá-lo. Na metade do ano, 500 mil curdos, fugindo à perseguição, ficam ao desabrigo na região montanhosa da fronteira com a Turquia, onde estão expostos aos bombardeios da aviação iraquiana. A resistência de Bagdá à exigência da ONU de que sejam desmantelados seus arsenais de armas de destruição maciça, e a permitir que missões da AIEA inspecionem suas instalações nucleares, cria novos atritos com o Ocidente, renovando-se, até o fim do ano, a ameaça norte-americana de uma nova intervenção caso as condições de rendição não sejam obedecidas.
Conseqüências:
O Kuwait perde US$ 8,5 bilhões com a quebra na produção de petróleo, sem contar os danos estruturais e sociais causados por pilhagens, sabotagens e arbitrariedades contra a população. Além da dívida de US$ 22 bilhões geradas pela guerra, a reconstrução é estimada em US$ 30 bilhões; e o emir é também forçado pela população a fazer concessões no plano político.



Tecnologia na guerra:

A Guerra do Golfo introduz recursos tecnológicos sofisticados, tanto no campo bélico como em seu acompanhamento pelo resto do planeta. A TV transmite o ataque a Bagdá ao vivo, e informações instantâneas sobre o desenrolar da guerra espalham-se por todo o mundo. A propaganda norte-americana anuncia o emprego de ataques cirúrgicos, que conseguiriam acertar o alvo militar sem causar danos a civis próximos. Tanques e outros veículos blindados têm visores que enxergam no escuro graças a detectores de radiação infravermelha ou a sensores capazes de ampliar a luz das estrelas. Mas o maior destaque é o avião norte-americano F-117, o caça invisível, projetado para minimizar sua detecção pelo radar inimigo.

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